A enxaqueca é uma doença neurológica crônica que afeta cerca de 15% da população mundial, sendo mais comum em mulheres do que em homens. A enxaqueca se caracteriza por crises de dor de cabeça de moderada a forte intensidade, geralmente em apenas um dos lados da cabeça, que podem durar de 4 a 72 horas. Além da dor, a enxaqueca pode causar outros sintomas, como náuseas, vômitos, sensibilidade à luz, ao som e a certos cheiros, tonturas, formigamento no corpo e alterações visuais.
A enxaqueca é diferente da dor de cabeça comum, pois tem causas e tratamentos específicos. Ainda não se sabe exatamente o que provoca a enxaqueca, mas acredita-se que seja uma combinação de fatores genéticos, hormonais, ambientais e comportamentais. Alguns desses fatores podem desencadear ou piorar as crises de enxaqueca, como estresse, ansiedade, alterações do sono, jejum prolongado, consumo de álcool, cafeína, chocolate, queijos, embutidos, alimentos com glutamato monossódico, entre outros.
Para identificar uma crise de enxaqueca, é importante observar os sintomas e a duração da dor de cabeça. A dor da enxaqueca costuma ser pulsátil ou latejante, localizada em um dos lados da cabeça, piora com o movimento e pode irradiar para o rosto e o pescoço. A dor também pode ser precedida ou acompanhada de alterações visuais, chamadas de aura, que podem se manifestar como pontos luminosos, linhas em zigue-zague, manchas escuras ou perda de parte do campo visual. A aura dura de 5 a 60 minutos e desaparece antes ou junto com a dor.
O diagnóstico da enxaqueca é feito pelo médico neurologista, baseado nos sintomas, na história clínica e no exame físico do paciente. Não há um exame específico para detectar a enxaqueca, mas o médico pode solicitar alguns exames de imagem, como tomografia ou ressonância magnética, para descartar outras causas de dor de cabeça, como tumores, aneurismas ou infecções.
O tratamento da enxaqueca visa aliviar os sintomas, prevenir as crises e melhorar a qualidade de vida do paciente. O tratamento pode ser dividido em dois tipos: abortivo e preventivo. O tratamento abortivo é aquele que se faz durante uma crise de enxaqueca, com o objetivo de interromper ou diminuir a dor e os demais sintomas. O tratamento abortivo pode ser feito com medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios, antieméticos ou específicos para enxaqueca, como os triptanos. O tratamento preventivo é aquele que se faz de forma contínua, com o objetivo de reduzir a frequência, a intensidade e a duração das crises de enxaqueca. O tratamento preventivo pode ser feito com medicamentos antidepressivos, anticonvulsivantes, betabloqueadores ou toxina botulínica, entre outros. O tratamento preventivo é indicado para pacientes que têm crises frequentes, intensas, incapacitantes ou que não respondem bem ao tratamento abortivo.
Além do tratamento medicamentoso, existem outras medidas que podem ajudar a controlar a enxaqueca, como evitar os fatores desencadeantes, manter uma rotina regular de sono, alimentação e exercícios físicos, praticar técnicas de relaxamento, como meditação, ioga ou massagem, e buscar apoio psicológico, se necessário.
A enxaqueca é uma doença que pode afetar significativamente a vida pessoal, social e profissional de quem sofre com ela. Por isso, é importante reconhecer os sintomas, procurar ajuda médica e seguir o tratamento adequado. Com isso, é possível reduzir o impacto da enxaqueca e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.